Categoria: Notícias
Data de publicação: abril 18, 2024

BioJournal Entrevista: André Martins

Desde o início deste ano, a Koppert Brasil passou por uma fase de expansão, assumindo a liderança da Koppert Andina, que abrange Chile, Colômbia, Peru e Equador. Nesta entrevista exclusiva, tivemos o privilégio de conversar com André Martins, Gerente Geral da Koppert Andina, para explorar os detalhes dessa significativa transição e compreender melhor os impactos e oportunidades que surgem com essa nova liderança.

BioJournal: Qual é a estratégia da Koppert para expandir o uso de biológicos entre os produtores e aumentar a produção e produtividade?

André Martins: O Peru se destaca pela fruticultura, sendo o maior produtor de blueberry e um dos principais exportadores de frutas, o que o torna nosso mercado-alvo. Além disso, há uma presença significativa de cana-de-açúcar; embora em menor escala que no Brasil. No Chile, encontramos também uma forte presença na fruticultura, horticultura e cultivo de tomate. Na Colômbia, estamos ativos na produção de rosas e flores ornamentais, com planos futuros de expansão para culturas como café, abacate e outras frutas. No Equador, predominam culturas como banana orgânica, cacau e cana-de-açúcar, representando um mercado em ascensão. Ademais, o mercado de sementes, com produção no Chile e Peru, apresenta-se como uma grande oportunidade para a Koppert.

BioJournal: Falando de time, como está sendo o processo de expansão?

André Martins: Atualmente, estamos utilizando o time existente enquanto realizamos uma reestruturação do trabalho. Nossa meta é iniciar o aumento do quadro de funcionários a partir de 2025, como parte de uma mudança na nossa abordagem operacional. Estamos focados não apenas em fortalecer nossa equipe de vendas e desenvolvimento de mercado, mas também em aprimorar nossa estratégia de distribuição, visando alcançar um número ainda maior de produtores.

BioJournal: Qual a expectativa da Koppert Global em relação à liderança do Brasil?

André Martins: Com a proximidade logística que agora desfrutamos, planejamos introduzir alguns dos produtos brasileiros nos países andinos. Aproximando nossa logística, visamos garantir preços mais competitivos e entregas mais rápidas. Nossa intenção é aplicar com sucesso a expertise que adquirimos no Brasil também nos países andinos.

BioJournal: Qual a expectativa de expansão de mercado?

André Martins: Nos próximos três anos, almejamos alcançar aproximadamente 10% do faturamento da Koppert Brasil nos países andinos. Com a introdução de novos produtos, queremos superar essa meta.

BioJournal: O que você sentiu até agora vivendo no Chile?

André Martins: Brasil é líder mundial no uso de biológicos, com uma taxa de adoção de cerca de 30%. Nos países andinos, essa taxa é significativamente menor, variando entre 7 a 8%. No entanto, observamos uma crescente aceitação dos produtos biológicos nessa região, indicando uma tendência positiva para sua adoção futura.

BioJournal: O que você tem visto de desafios?

André Martins: Atualmente, enfrentamos o desafio de lidar com produtores que ainda mantêm ceticismo em relação aos biológicos.

BioJournal: Dos quatro países, algum tem se sobressaído?

André Martins: A fruticultura no Chile é uma área de destaque. As grandes empresas do setor, que são importantes agroexportadoras, têm demonstrado uma excelente receptividade aos produtos biológicos. Observo uma maior penetração desses produtos no mercado chileno.

BioJournal: Os produtores têm a real noção sobre o crescimento rápido dos biológicos no Brasil ou eles se espantam?

André Martins: A maioria das pessoas não tem ciência do rápido crescimento que o Brasil está experimentando nesse campo. Elas reconhecem que o Brasil está bem estabelecido na área de biológicos, mas desconhecem os números por trás desse progresso. Quando apresento esses dados, elas ficam impressionadas com o potencial de crescimento. Na verdade, todos compartilham o desejo de ver esse avanço, pois o mercado já demonstra uma preferência por produtos sustentáveis. Anteriormente, a produção de vinho no Chile não era frequentemente associada à sustentabilidade, mas hoje em dia essa mentalidade está se tornando mais comum.

BioJournal: Imagino que outros cultivos também tenham essa tendência, certo?

André Martins: Com certeza. As grandes agroexportadoras estão seguindo a tendência dos biológicos, buscando expandir e comercializar uma produção mais sustentável para seus clientes. O movimento em direção aos biológicos é irreversível.

BioJournal: E como tem sido seu dia a dia, seu trabalho?

André Martins: Atualmente resido em Santiago, Chile. Nos primeiros meses, concentrei meus esforços no Chile, embora estivesse atento a todos os países da região. Agora, tenho direcionado minha atenção também para o Peru, gradualmente aprofundando minha estratégia em cada país.

BioJournal: Como tem sido a discussão do Sistema Integrado Koppert no Chile?

André Martins: Inicialmente, eles consideram que se trata de um manejo biológico completo, mas na verdade não é. Atualmente, adotamos o manejo integrado, que combina abordagens químicas e biológicas, e isso ajuda a esclarecer equívocos. Ao explicar para uma empresa que até então não estava familiarizada com os biológicos, o potencial de redução no uso de produtos químicos, juntamente com os benefícios para o cultivo, como a redução de doenças e pragas, a aceitação dos biológicos aumenta.

BioJournal: Empresas mais tradicionais têm direcionado esforços para a questão do bioinsumo nos países andinos?

André Martins: Essas empresas têm direcionado esforços nesse sentido, embora não com a mesma intensidade observada no Brasil. Enquanto o Brasil está mais avançado nesse aspecto, os outros países estão progredindo mais lentamente, porém seguindo uma trajetória semelhante.

BioJournal: Como você tem sentido na parte de agricultura?

André Martins: No ano passado, houve uma situação desfavorável para a produção de frutas no Chile devido ao excesso de chuvas nos países andinos. Isso resultou em queda na produtividade e nos preços. Atualmente, com a transição de El Niño para La Niña, espera-se um ano com menos chuvas, o que indica uma expectativa de excelente produção e preços estáveis. Essa perspectiva também se aplica ao Peru.

BioJournal: Qual a mensagem que fica frente a essa expansão, a oportunidade que o Brasil vem buscando em relação aos países andinos?

André Martins: Acredito que a Koppert conseguirá compartilhar sua expertise e contribuir para a produção de uma agricultura mais sustentável em todos os países andinos. Com isso, teremos à disposição produtos de melhor qualidade, que causam menos impacto ao meio ambiente. E extremamente gratificante fazer parte desse processo e testemunhar sua concretização.

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